terça-feira, 13 de novembro de 2012

Como tudo começou: A história do Judo



  As lutas marciais fazem parte da cultura do Japão. Desde o século 14 ­ com as mãos livres ou armas brancas ­ eram importante recurso militar. O jiu-jitsu, surgido na China no século 3º a.C., é praticado lá desde 1650. Mas, em 1865, começa na Terra do Sol Nascente a chamada era Meiji, quando foi abolido o sistema feudal e os valores ocidentais começaram a influenciar os costumes nacionais. Nessa onda, o professor de educação física Jigoro Kano, 22 anos, adapta o jiu-jitsu para ser usado como modalidade de competição na educação de jovens.
  Em 1882 nascia o judô, assentado nos conceitos Zen de serenidade, simplicidade e fortalecimento do caráter. É considerado o jogo da cordialidade das lutas marciais. O pequeno Kano que começara no esporte quatro anos antes para superar a fragilidade física, funda o Instituto Kodokan, com nove alunos e 12 tatames para ensinar sua criação.
Em 1887 o judô já havia conquistado espaço bastante para quase tirar o jiu-jitsu de combate. A entrada de Kano no COI, em 1909, foi o empurrão que faltava para o judô já usado em treinamento de policiais franceses ­ disseminar-se mundo afora. Em 1952 é fundada a confederação internacional. Quatro anos depois se realiza o primeiro campeonato mundial e, enfim, o esporte torna-se olímpico em Tóquio-64, para homens, e em Barcelona-92, para mulheres. Hoje é praticado por pelo menos 180 nações.
  No Brasil, foi apresentado em 1915 pelo imigrante japonês Mitsuyo Maeda, apelidado Conde Koma, e os adeptos que reunira em suas excursões pela América do Sul. Koma e sua equipe ficaram conhecidos e passaram a promover apresentações, nas quais aceitavam desafios de qualquer pessoa. Esses eventos, especialmente em Manaus e Belém, foram a melhor difusão do esporte no país. São Paulo, sede da maior colônia japonesa no Brasil, deu-lhe a melhor acolhida e, por isso, é ainda hoje o melhor celeiro de judocas nacionais.
  A rápida aceitação mundial exigiu ao longo dos anos mudanças de regras e de princípios. O equilíbrio ­ físico e emocional ­ continuou, porém, a ser o principal golpe, que se acreditava dar ao lutador a chance de vencer apenas com a força do adversário, ainda que ele fosse maior, mais alto e mais forte. A crença caiu por terra no campeonato mundial de 1961, no Japão, diante da descomunal força do holandês Antonius Geensik, de 115kg, que derrotou, sem contestação, três japoneses favoritos para ser campeão. O judô rende-se e adota categorias de peso. Hoje sete delas são disputadas nas Olimpíadas.
  Muitas outras alterações já tinham ocorrido, como a dos quimonos, que evoluíram para o desenho atual entre 1905 e 1908. Antes, eles tinham mangas e calças curtas. Pela origem arraigada na tradição, qualquer novidade, por mais insignificante que se julgue, gera polêmica. Como a que o esporte enfrenta neste momento pela recente adoção do uniforme azul para um dos contendores. Antes ambos os lutadores usavam somente brancos.

(Fonte: http://www.birafitness.com/histjudo.htm) 

                                                         Ayana Martins


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